Endometriose e Mercado de Trabalho: como as empresas podem criar ambientes mais inclusivos?
A endometriose é uma condição crônica que afeta cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva em todo o mundo. Além de seus impactos na saúde física e emocional, a doença traz desafios significativos no ambiente de trabalho, contribuindo para níveis elevados de absenteísmo e presenteísmo. Este artigo explora o impacto da endometriose na produtividade e propõe boas práticas para que as empresas criem ambientes mais inclusivos e acolhedores.
Impacto da Endometriose na produtividade
Absenteísmo e Presenteísmo
Pesquisas indicam que mulheres com endometriose podem perder, em média, entre 5 a 10 dias de trabalho por ano devido aos sintomas da doença. Além disso, muitas pacientes continuam trabalhando mesmo durante episódios de dor intensa, o que configura o presenteísmo – quando o colaborador está fisicamente presente, mas sua produtividade é comprometida. Um estudo publicado no Journal of Endometriosis and Pelvic Pain Disorders apontou que a redução na produtividade pode chegar a até 50% nos piores períodos.
Impacto Econômico
Dados globais sugerem que os custos indiretos relacionados à endometriose – entre perda de produtividade e dias de trabalho perdidos – podem chegar a bilhões de dólares anualmente. Segundo a Endometriosis UK, os custos só no Reino Unido são estimados em aproximadamente £8.2 bilhões por ano. Esses números reforçam a necessidade de medidas de suporte no ambiente corporativo.
A falta de reconhecimento e seus efeitos
O desconhecimento sobre a endometriose no ambiente corporativo contribui para a falta de apoio às colaboradoras que sofrem com a doença. Muitas vezes, a ausência de políticas claras e a falta de sensibilização da equipe resultam em ambientes de trabalho que não contemplam as necessidades específicas dessas mulheres, agravando o estresse e prejudicando a saúde mental.
Boas práticas para empresas
Para criar um ambiente mais inclusivo e apoiar colaboradoras com endometriose, as empresas podem adotar as seguintes medidas:
- Políticas de Flexibilização
Permitir horários flexíveis e a possibilidade de trabalho remoto em períodos de crise pode minimizar os impactos da doença. Flexibilidade ajuda as colaboradoras a gerenciar melhor seus sintomas sem comprometer a produtividade. - Benefícios de Saúde Personalizados
Oferecer acesso a consultas com especialistas, programas de apoio psicológico e parcerias com clínicas especializadas, como a Casa Endo, são iniciativas que promovem o bem-estar e a saúde integral. - Treinamento e Sensibilização
Implementar programas de treinamento para gestores e equipes sobre endometriose pode reduzir o estigma e fomentar um ambiente de compreensão e empatia. A sensibilização ajuda a identificar necessidades e a oferecer suporte adequado. - Políticas de Inclusão
Desenvolver diretrizes internas que reconheçam a endometriose como uma condição de saúde relevante, com ações de apoio e adaptação das atividades laborais, contribui para a construção de um ambiente mais saudável e produtivo.
Criar um ambiente de trabalho inclusivo para mulheres com endometriose não é apenas uma questão de saúde, mas também de justiça e produtividade. Ao implementar práticas de flexibilidade, oferecer benefícios de saúde direcionados e promover a sensibilização, as empresas não só melhoram a qualidade de vida de suas colaboradoras, mas também fortalecem sua própria competitividade e engajamento.
A Casa Endo acredita que, com conhecimento e empatia, podemos transformar o ambiente corporativo em um espaço de apoio e inclusão, onde cada mulher possa desenvolver seu potencial sem abrir mão do cuidado com sua saúde.
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Dr. Giuliano Borrelli
CRM: 116.815 – RQE: 55.634-1
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